Agora que eu sou dessas que olham casas por aí, fui olhar o jornal de domingo. Imóvel vai, imóvel vem e ali, no meio da coluna do Prado, por um desses acasos sutis e maravilhosos, estava a casa onde cresci. Foi um susto. Primeiro, pelo inusitado de achar minha casa no único classificados que eu já li na vida. Segundo, pela frieza imobiliária da descrição, coitada.
O anúncio é exatamente assim:
CASA
Al. casa à R. Tal, número tal, c/var., sl, cp, 04qts (1suíte), bh, coz, quintal, lavand, DCE, etc.
Quando deveria ser assim:
CASA
Jardim na frente com pinheirinho de verdade, onde dá pra colocar pisca-pisca no Natal. Janelas grandes de madeira e sem grades. Quarto de brinquedos com piso geladinho ótimo pra deitar quando está quente. Terreiro de cimento verde nos fundos bom pra estender roupa de cama no varal, brincar de mãe-da-rua e andar (em círculos) de bicicleta e de patins. Suíte escondida dentro do armário dos seus pais. Bidês, em todos os banheiros.
❤ Saudade, casinha! Espero que os futuros inquilinos tenham cachorros e plantem mini-rosas no jardim.
October 10, 2015 at 7:41 pm |
Também já tive essa sensação ao passar em frente a casa onde morei……um misto de saudade com melancolia.